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Festival Itinerante de Samba indígena e Cultura Pataxó acontece em Itaúnas

A contribuição dos povos originários para o que consideramos brasileiro é muitas  vezes invisibilizada. Isso ocorre na vida pública, na língua, nos costumes, na culinária, na medicina, na arte e na música.

Propondo uma reconexão com nossas raízes e uma apresentação da cultura dos povos originários, é criado o Festival Itinerante de Samba Indígena e Cultura Pataxó que vai ocupar a Aldeia Jacó Pataxó, na vila de Itaúnas, em Conceição da Barra, entre quinta-feira (7) e domingo (10), com entrada gratuita.

Integrantes do Marujo Pataxó. (FOTO: Divulgação)
O evento contará com apresentações do samba de raiz, degustação da culinária indígena tradicional Pataxó, pintura corporal com grafismos, palestras sobre a história Pataxó, medicina natural, o samba indígena e a cultura Pataxó além de uma feira de artesanato e produtos artesanais extrativistas produzidos pela comunidade.

Suprindo uma lacuna na história da MPB, Marujos Pataxó apresenta o samba indígena. Presentes na formação do gênero no sul da Bahia, as tradições percussivas e rítmicas seguem preservadas na Aldeia Mãe Barra Velha, no território Pataxó, onde o samba é um ritual sagrado no qual os indígenas expressam sua fé e cultura com originalidade, passando de geração em geração através de músicas que retratam a natureza e a vida no campo. 

O território, que conta com o Parque Nacional do Monte Pascoal e fica tão perto de onde começou a invasão em 1500, foi o primeiro aldeamento do Brasil e já consta com 523 anos de resistência.

Depois do trágico massacre ocorrido em 1951, houve uma diáspora do povo Pataxó por diversos pontos do país, que ainda enxergam aquela aldeia e região como parte de suas raízes.

Um retrato da resiliência e da força, a cultura do povo Pataxó segue firme apesar de massacres, dores e de mais de quinhentos anos de invasões sofridas. O preconceito é uma forma constante e invisível de repressão, experimentada por muitos, mas debatida por poucos.

A repressão ativa e violenta inclui a queima de casas, invasão de terras e até assassinato de indígenas. Permanecer nas terras, apesar de décadas de repressão cultural, é um ato de resistência em nome das gerações passadas e futuras.

Por isso, o resgate cultural que ocorre por meio da valorização da identidade indígena é tão importante.

Lançamentos
O Marujos Pataxó lançará em outubro um álbum com produção musical de Lenis Rino (Fernanda Takai, Matheus Aleluia, Tatá Aeroplano, Palavra Cantada), direção técnica de Tejo Damasceno (BNegão e os Seletores de Frequência, Sabotage, Instituto) e masterização de Fernando Sanches (Criolo, Baianasystem).

Além disso, também lançará um documentário que apresenta a história do grupo, do gênero musical e do próprio povo Pataxó, um clipe, um remix assinado pelo Tropkillaz, oficinas de música e samba indigena para as crianças e feiras culturais mensais para trazer atenção para a arte dos povos originários.

O projeto visa reconhecer a influência indígena na criação do samba brasileiro, promovendo o samba indígena de raiz com os Marujos Pataxó.

Além de fortalecer e divulgar essa forma musical única, busca melhorar a qualidade de vida na Aldeia através da arte, gerando emprego, renda e preservando a cultura tradicional Pataxó. A marujada indígena se apresenta para o país todo compartilhando a memória, a luta e a cultura dos ancestrais de forma sustentável e global.

Marujos Pataxó foi selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura da Bahia (FazCultura), ao lado de Casa do Hip-Hop Bahia, Cronista do Morro, Festival Pagode Por Elas, Os Tincoãs e Ventura Profana.

No estado baiano, a plataforma já ofereceu recursos para mais de 80 projetos de música até 2022, em diferentes formatos e estágios de carreira, como Margareth Menezes, Luedji Luna, Mateus Aleluia, Mahal Pita e Casa do Hip Hop da Bahia.

Natura Musical
Natura Musical é a plataforma cultural da marca Natura que há 18 anos valoriza a música como um veículo de bem estar e conexão.

Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu mais de R$ 190 milhões no patrocínio de mais de 600 artistas e projetos em todo o Brasil, promovendo experiências musicais que projetam a pluralidade da nossa cultura. Em parcerias com festivais e com a Casa Natura Musical, fomentamos encontros que transformam o mundo.

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